Thimeras

Thi em suas quimeras, em seu mundo. O mundo de Thimeras

Cheiro do Outono, aromas de Maio

Por: Thiago Cardoso


Num Outono qualquer
um Domingo cinzento
o banco da praça
é o refúgio perfeito

Na rua deserta
ouço o som de alguns carros
e de passos que vão e vem
entre longas pausas
tomadas pelo vento

Vozes passam sobre mim
Se achegam junto ao sopro
da brisa vespertina
em um Domingo de Outono

Outro ano, outro Maio
Novo outono, velhos cheiros
Conhecidos aromas
agradáveis perfumes
Tudo de volta à minha volta

Na inspiração profunda
os pulmões enchem-se dos ares
e a mente das lembranças,
sempre unidas aos aromas

Cada época do ano,
um cheiro peculiar
Cada cheiro, remetendo-me
a um tempo, uma época específica

Tempo que se foi, se completou
e neste Outono regressou
fazendo-me lembrar

Lembro-me dos dias
Lembro-me das horas
Pessoas, lugares
Senhores, senhoras

Tudo aquilo que passou
em algum cheiro regressou
Assim é todo ano
recobro minhas lembranças
com o cheiro do Outono

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"Cheiro do Outono, aromas de Maio" de Thiago Cardoso é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-No Derivative Works 3.0 Brasil.

Sem inspiração (Por onde começar?)

Por: Thiago Cardoso


Escrever novas palavras
reescrever velhas frases
formatar tantas idéias
que nem faço idéia por onde começar.

Se começo não termino.
Quando acho q termino, está incompleto
Onde e como se começa?
Quando é que se termina?
Quem é que determina?

Donde parte o travessão?
Onde finda a oração?
Ai minha inquietação!

Ponho vírgula onde era ponto
e prossigo no argumento.
Cada volta um recomeço.
Um começo q não volta.

Olho à minha volta
Será que você volta?

Escrever, apagar
reescrever, desenhar
rabiscar e tornar a apagar

Se tu foges da minha mente
em mim não há mais semente
e a palavra simplesmente
não pode mais brotar

Tudo escrito é em vão
das palavras, foge a união
tu soltastes minha mão
e agora como escrever...
sem inspiração?


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Quanto tempo

Por: Thiago Cardoso


Aaahh! O tempo!
O que seria de nós sem ele?
Bom,seria como somos
Pois já não o temos, não é?
É... vivemos correndo atrás do tempo
e o tempo correndo de nós
a todo tempo

Tento trazer o tempo em minhas mãos,
mas, sutil e sorrateiramente, faz me refém
ri de mim enquanto corro para alcança-lo

Vida engraçada!
Nossos desejos contrários
nos confundem cenários
Nos enfiam e nos libertam de armários

Ontem era lamento, era sobra do tempo
Também era falta. Nos carecia o fazer
hoje é excesso no fazer...
é falta do que havemos de ter

o tempo


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