Por: Thiago Cardoso
O verde se confunde nos rabiscos transparentes
Formas abstratas, codificações, inspirações
mensagens de alguém que tem no abstrato,
a expressão que o faz real
Real? O que é real?
Quem é real?
Você é real?
Eu sou real?
Somos tão abstratos
quanto os rabiscos que aqui vejo
Cada ser em minha frente
se comporta em sua arte
Tal qual obra de um artista
que esconde no pincel,
seus intentos, suas fúrias,
seus amores, seus sabores
Seu concreto se mistura
se confunde e se perde
no abstrato que nos mostra
Entre listras, vejo dúvidas
curiosidade?
preocupação, talvez
Há um bloqueio circular
que escondem certos traços
O amarelo é inquieto; distante
Mexe-se involuntariamente
em busca de um conforto
Grandes círculos movem-se
apontam o horizonte, apontam minha face
Vai ao longe e se aproxima
Num segundo, lá e n'outro, cá
Um branco mais sutil
sobrepõe o velho verde
encobre os blocos cinzas
toma frente e se exibe
Descompromissado,
apenas pinta suaves linhas
não há objetivos
nem contornos aparentes
O fundo então, já é marrom
na intensidade e com tamanha velocidade
fica escuro, até que some junto ao som
Ainda restam umas cores e uns rabiscos
os traços mais diversos
verdadeiras obras, a mim desconhecidas
Obras abstratas que se perdem no concreto
O concreto que não há
pois se perde no que vejo
pois se perde no abstrato
"Viagem abstrata" de Thiago Cardoso é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-No Derivative Works 3.0 Brasil.
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